Mais do qualquer outra coisa, o
desejo de Paulo como missionário era pregar o evangelho em Roma. Centro de um
império grandioso, Roma era a principal cidade daquela época. Se Paulo a
conquistasse para Cristo, milhões de pessoas seriam alcançadas pela mensagem da
salvação.
Essa oportunidade era uma das
prioridades críticas do apóstolo Paulo, pois ele diz: “depois de haver estado ali (Jerusalém),
importa-me ver também Roma” (Atos 19:21).
Quando estava em Corinto, escreve: “Por
isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós
outros, em Roma” (Romanos 1:15).
·       
Paulo desejava ir a Roma como evangelista, mas, em vez
disso, foi como prisioneiro!
·       
Paulo foi preso ilegalmente pelos judeus, eles acharam
que Paulo havia profanado o templo permitindo a entrada de gentios nos átrios
sagrados, e os romanos pensaram que o apóstolo era um renegado egípcio que
fazia parte da lista de homens procurados pela lei. Paulo permaneceu então
preso em Cesaréia por dois anos, quando finalmente apelou para César (o que era
um privilégio de todo cidadão romano).
·       
A caminho da capital, seu navio naufragou. O relato
dessa tempestade e da fé e coragem de Paulo é uma das narrativas mais
dramáticas da Bíblia. (At. 27)
·       
Depois de três meses de espera na ilha de Malta, Paulo
finalmente embarcou para Roma, a fim de comparecer à audiência perante César.
Para muitos, todos esses
acontecimentos poderiam parecer uma sucessão de fracassos, mas não para um
homem determinado e preocupado em falar de Cristo e do Evangelho. A alegria de
Paulo não era decorrente de circunstancias ideais. Ele se alegrava em ganhar
outros para Cristo. E se as circunstancias favoreciam o progresso do evangelho
era só o que importava para ele.
Por vezes Deus usa situações
adversas para nos ajudar a ser pioneiros do evangelho. Diante de tantas
circunstancias veremos que “de grandes dificuldades se tiram as maiores
oportunidades”.
Veremos que as dificuldades não
foram um empecilho para Paulo continuar pregando o evangelho, porque todas ele
as transformou em oportunidades.
Essas dificuldades acabaram se
tornando instrumentos que ajudaram Paulo a levar o evangelho aos pretorianos, a
guarda de elite de César. Que instrumentos foram esses? Que dificuldades Paulo
transformou em oportunidades? Suas cadeias, seus críticos e sua crise.
St. A primeira dificuldade que
Paulo transformou em uma grande oportunidade foi:
I.                  
AS CADEIAS
DE PAULO (1:12-14)
O mesmo Deus que usou o bordão de
Moisés, os jarros de Gideão e a funda de Davi usou as cadeias de Paulo.
Os romanos sequer suspeitavam que
as correntes que colocaram nos punhos de Paulo o libertariam ao invés de
prendê-lo. O próprio apostolo escreveu em uma ocasião posterior em que também
estava preso: “estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo a palavra de Deus
não está algemada” (2 Tm 2:9)
Em lugar de se queixar de suas
cadeias, Paulo consagrou-as a Deus e pediu que as usasse para o avanço pioneiro
do evangelho. E Deus respondeu suas orações. Vemos claramente as dificuldades sendo transformadas em oportunidades.
1.    
As cadeias
deram a Paulo a oportunidade de ter contato com os perdidos.
·       
Ele permanecia acorrentado a um soldado romano vinte
quatro horas por dia! Cada soldado cumpria um turno de seis horas, o que
significava que Paulo poderia testemunhar a pelo menos quatro homens todos os
dias! É possível imaginar a situação desses soldados presos a um homem que
orava sem cessar que sempre conversava com outros sobre a vida espiritual e que
escrevia constantemente para as igrejas espalhadas por todo o império. Todo dia
eles ouviam o evangelho. Em pouco tempo esses soldados se converteram. Paulo pôde
levar o evangelho à guarda de elite pretoriana, algo que teria sido impossível
se estivesse livre. Mas aqui nós vemos que as suas cadeias foram transformadas
em oportunidades para pregação aos perdidos.
·       
As cadeias também permitiram que Paulo tivesse contato
com outro grupo de pessoas: os oficiais do tribunal de César. A essa altura o
governo romano estava prestes a determinar a situação oficial da seita cristã.
Os romanos achavam que o cristianismo era mais uma seita do judaísmo. Agora
deve ter sido uma satisfação enorme para Paulo saber que os oficiais de César
eram obrigados a estudar as doutrinas da fé cristã! Isso não é uma grande
oportunidade? Eles estavam lendo os escritos de Paulo e o que mais ele escreveu
foi sobre o evangelho.
·       
Quero dar dois exemplos: às vezes, Deus precisa colocar cadeias em seu povo
para realizarem a sua obra. Algumas mães talvez se sintam presas ao lar
enquanto cuidam dos filhos, mas Deus pode usar essas cadeias para alcançar
pessoas com a mensagem da salvação. Susannah
Wesley criou dezenove filhos numa época em que não havia eletrodomésticos
nem fraldas descartáveis. Dessa família numerosa vieram John e Charles Wesley, cujos ministérios estremeceram as ilhas
britânicas. Dificuldades transformadas em oportunidades. Diz à história que ela
todos os dias orava com seus dezenove filhos um de cada vez. Um outro exemplo Fanny Crosby ficou
cega quando tinha um mês e meio de idade, mas já em sua infância mostrou-se
determinada a não permitir que as cadeias da escuridão a prendessem. Os hinos e
cânticos que ela escreveu ao longo de sua vida foram usados por Deus de maneira
poderosa.
·       
Eis o segredo: quando existe determinação, olha-se
para as circunstancias como oportunidades de Deus para o avanço do evangelho, e
há regozijo com aquilo que Deus fará em vez de queixas por aquilo que Deus não
fez.
2.    
As cadeias
de Paulo não apenas o colocaram em contato com os perdidos, mas também serviram
para encorajar os salvos.
·       
Ao verem a fé e a determinação de Paulo, muitos
cristãos de Roma tiveram sua coragem renovada (Filipenses 1:14) e ousaram falar
com mais desassombro a palavra de Deus. Aqui, o verbo falar não se refere às
pregações, mas sim as conversas diárias. Sem dúvida, muitos romanos comentavam
o caso de Paulo, pois questões legais desse tipo eram de grande interesse para
essa nação de legisladores.
·       
Os cristãos de Roma, solidários a Paulo, aproveitaram
essas conversas para falar de Jesus Cristo. O desânimo costuma espalhar-se,
mas o bom ânimo também.
·       
Por causa da atitude alegre de Paulo os cristãos de
Roma foram encorajados novamente a testemunhar de Cristo com grande ousadia.
Ilustração: todos os dias um homem
escrevia a um paciente do hospital. O paciente não conhecia aquele homem, mas
recebia com frequência cartas daquele homem, uma melhor do que a outra. Quando
o paciente teve alta teve a curiosidade de saber quem escrevia. Ao conhecer
aquele homem, para sua surpresa, ele era diabético, cego e perdera uma das
pernas e depois a outra também. Esse homem vivia com a mãe idosa e cuidava
dela. Ele era sem duvida um individuo preso pelas cadeias de suas circunstâncias,
mas, ao mesmo tempo, inteiramente livre para ser pioneiro do evangelho. Ele
teve oportunidade de falar de Cristo em escolas, agremiações, na Associação
Cristã de Moços e em reuniões de profissionais que jamais convidariam um pastor
como palestrante. Era uma pessoa determinada e vivia para Cristo e para o
Evangelho. Por isso experimentou a alegria de contribuir para o progresso do
evangelho. Esse homem é um exemplo de alguém que transformou suas dificuldades
em grandes oportunidades.
Talvez nossas cadeias não sejam tão
dramáticas ou difíceis, mas sem duvida, Deus pode usá-las da mesma forma.
(Em breve a continuação)

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